O mercado de trabalho feminino – Desafios e oportunidades

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Mercado de trabalho feminino desafios e oportunidades

As conquistas e a ocupação feminina no mercado de trabalho tiveram um avanço significativo, mas muitos desafios ainda precisam ser superados e precisamos falar sobre eles.

De acordo com dados do IBGE, apesar das mulheres serem a maior parte da população e terem mais acesso aos cursos superiores, ocupam menos da metade das vagas no mercado de trabalho (principalmente relacionadas a ciências exatas). Outro dado que chama atenção nessa pesquisa está relacionado a porcentagem de mulheres entre os docentes universitários do nosso país. Em 2003 elas eram 43% do total de docentes brasileiros e em 2019 eram 46%, ou seja, uma evolução lenta e pouco significativa em 20 anos. Elas também são minoria nos cargos de liderança e entre os parlamentares. 

É importante frisar que todos estes dados todos ficam ainda menores quando falamos de mulheres pretas e pardas.

 

A chegada da mulher no mercado de trabalho

Com o sistema capitalista em progresso constante no século XIX, aconteceram várias mudanças na dinâmica do trabalho feminino. O desenvolvimento tecnológico e o aumento do uso de máquinas nas fábricas fizeram com que grande parte da mão de obra fosse feminina nessa época, mas claro, tinha um motivo nada justo. Essas mulheres chegavam a trabalhar mais de 18 horas por dia e ganhavam um salário menor do que os homens (com a justificativa de que eles eram os provedores do lar, assim, não seria necessário pagar um salário maior à mulher).

Mesmo com toda essa exploração e injustiças, a entrada da mulher no mercado de trabalho continuou a crescer de forma intensa desde a década de 70.

Já por volta dos anos 2000, com o crescimento econômico e a globalização, o mercado de trabalho entendeu que, sem a participação de todas as pessoas, seria muito difícil manter uma crescente constante. Com isso, muitas mulheres passaram a sustentar suas famílias, ampliar a entrada em outros segmentos de mercado e começaram a desejar e traçar seus próprios planos de carreira. 

 

As dificuldades no caminho

Se estendendo até os dias atuais, as dificuldades da carreira feminina continuam persistindo ainda que de maneira menos intensa e explícita muitas vezes.

Embora elas tenham passado a trabalhar de forma integral nas empresas, indústrias, comércios e etc – isso não as isentou do trabalho doméstico. Afinal, ainda nos dias atuais é atribuído a elas as responsabilidades por limpar a casa, lavar as roupas, cuidar dos filhos, vivenciando jornadas duplas e até mesmo triplas de trabalho. Dessa forma, os homens conseguem se dedicar mais a sua vida profissional, estudar e se manterem muito mais produtivos.

De acordo com pesquisa do IBGE, as mulheres gastam o dobro do tempo dos homens em atividades domésticas. Enquanto eles gastam em média 10,9 horas por semana, as mulheres gastam 21,3 horas.

 

Carreira feminina e covid 19

A pandemia de Covid 19 alterou as relações de trabalho por todo o mundo. Embora muita evolução positiva tenha acontecido neste período, precisamos conversar também sobre o impacto que a quarentena causou no mercado de trabalho feminino.

Muitas empresas precisaram diminuir seu quadro de colaboradores, outras tiveram até que fechar as portas. Infelizmente todos nós acabamos vivendo essa realidade – em todos os setores – mas para as mulheres esse impacto foi maior. O desemprego afetou mais o gênero feminino, resultando no maior recuo das últimas três décadas. Durante a quarentena já são mais mulheres fora do mercado de trabalho do que dentro.

A saúde mental delas também foi mais afetada: 50% das mulheres brasileiras declararam depressão ou ansiedade em 2020. Segundo um estudo realizado pela ONG Kaiser Family Foundation, mulheres se sentem emocionalmente mais abaladas do que os homens – 53% delas responderam que o estresse e a preocupação aumentaram durante esse período, enquanto, para os homens, o valor foi de 37%.

Obviamente, tudo isso afeta o rendimento, o engajamento e as relações/interações no trabalho. 

 

O olhar feminino nas empresas e sua importância

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, o Brasil conseguiria aumentar a sua economia em até 382 bilhões em oito anos se houvesse um aumento de 1/4 na quantidade de mulheres no mercado até o ano de 2025.

Além de toda a questão social, existe uma vantagem muito lógica em fomentar e incentivar a igualdade no mercado de trabalho, mas a importância delas não é somente sobre projeções – as mulheres dominam uma série de competências e visões que podem ser muito úteis para tornar as empresas mais produtivas e qualificar seus resultados.

Um estudo realizado pela McKinsey Study destacou que empresas que contavam com mais mulheres na liderança, usufruíram de um resultado operacional até 48% maior do que as outras empresas, além de um faturamento 70% maior.

 

Busca por soluções e oportunidades

Como podemos ver, a relação entre mulheres, mercado de trabalho e Covid-19 é um assunto delicado e que merece um olhar aprofundado, podendo ser uma ótima oportunidade para que os líderes e as empresas reflitam o tema, seus impactos e tracem estratégias culturais e de diversidade e inclusão para promover um ambiente seguro, acolhedor e capaz de entender as necessidades, particularidades e desafios de seus colaboradores. Oferecer suporte, flexibilidade e um plano de carreira com ações práticas e alcançáveis é o melhor caminho para manter os talentos da organização e desenvolvê-los ainda mais, criando sensação de pertencimento e consequentemente mais engajamento e produtividade.

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